A demissão silenciosa já se tornou um hábito entre 1 a cada 8 brasileiros. Se você notar que colaboradores antes consistentes em seus resultados agora apresentam uma queda inexplicável no desempenho, falta de entusiasmo, desinteresse e uma notável ausência de envolvimento emocional com o trabalho, é bastante provável que esse movimento tenha atingido a sua empresa.

Estes são sinais reveladores de um fenômeno que impacta significativamente a dinâmica e a produtividade das equipes, merecendo atenção e ações proativas por parte dos líderes e profissionais de recursos humanos.

É aquela sensação de que seu colaborador está lá fisicamente, mas ele já não contribui ativamente, seja nas reuniões, discussões ou atividades de equipe. A demissão silenciosa, ou quiet quitting, é uma tendencia que surgiu a pouco tempo, mas que tem deixado RH e lideres de equipes de cabelo em pé.

O termo define um movimento onde os colaboradores apenas fazer o que é necessário no trabalho, cumprindo só o que é exigido, sem necessariamente pedir demissão. Ou seja, é o famoso “empurrando com a barriga”.

A questão é que isso afeta diretamente na produtividade e nos resultados da empresa. Continue lendo e você vai saber identificar as verdadeiras causas da demissão silenciosa e ainda conhecer estratégias poderosas para reverter essa situação.

O que é demissão silenciosa?

A demissão silenciosa, ou quite quitting, é um fenômeno sutil e progressivo que ocorre quando um colaborador, insatisfeito ou desengajado, começa a se afastar gradualmente do ambiente de trabalho, sem anunciar explicitamente a intenção de sair. Isso se manifesta por meio de uma queda progressiva no desempenho, demonstrações de desinteresse e uma notável diminuição no envolvimento emocional com as responsabilidades do trabalho.

Em resumo, a demissão silenciosa ocorre quando os profissionais mostram desinteresse por desafios extras, focando apenas no mínimo necessário no ambiente de trabalho. Embora o termo possa sugerir saída voluntária, ele não se limita a isso. A ideia é repensar o significado do trabalho, especialmente para as gerações mais jovens, como a Geração Z e os Millennials.

O objetivo é priorizar a saúde mental em vez de manter hábitos de trabalho excessivos, bem na contramão do movimento de “vestir a camisa da empresa”. Esse tema ganhou destaque após um vídeo do engenheiro Zaid Khan no TikTok, onde ele afirmou: “Seu valor não está atrelado ao seu trabalho”.

 Fique atento aos principais sintomas:

1. Redução Progressiva na Produtividade: Uma diminuição notável na entrega de resultados consistentes, refletindo uma queda no desempenho ao longo do tempo.

2. Isolamento Social no Ambiente de Trabalho: O colaborador se distancia das interações sociais no escritório, participando menos de eventos, pausas ou conversas informais.

3. Desinteresse Visível por Desafios e Tarefas Extras: Falta de interesse ou entusiasmo em participar de projetos adicionais ou desafios que antes despertavam interesse.

4. Mudança no Padrão de Comportamento: Alterações marcantes no comportamento habitual, como irritabilidade, apatia ou mudanças extremas de humor.

5. Passividade Extrema ou Agressividade Repentina: Pode-se observar um comportamento extremamente passivo ou, ao contrário, um aumento repentino de conflitos em situações antes pacíficas.

6. Presença Física sem Engajamento: Estar no local de trabalho sem contribuir ativamente em reuniões, discussões ou atividades de equipe.

7. Busca Ativa por Oportunidades Externas: Sinais de atualização do currículo, interação frequente em redes profissionais ou até mesmo contato com recrutadores.

8. Falta de Iniciativa e Criatividade: Redução na apresentação de novas ideias ou contribuições criativas para o trabalho e projetos da equipe.

9. Manifestação de Stress ou Desconforto: Sinais físicos ou verbais de desconforto, estresse ou descontentamento relacionados ao ambiente de trabalho.

10. Falta de Comprometimento com a Empresa: Demonstração de pouco interesse em contribuir para o crescimento ou sucesso da empresa, focando apenas em tarefas imediatas.

Principais causas da demissão silenciosa

demissão silenciosa

A demissão silenciosa não é algo que acontece do nada. E não adianta apenas culpar o funcionário pela falta de engajamento. A cultura organizacional tem uma parcela bem grande nas causas que incentivam a demissão silenciosa.

Vamos detalhar as principais causas a seguir:

1. Falta de Reconhecimento ou Valorização: Quando os esforços e contribuições dos funcionários não são reconhecidos ou valorizados pela liderança ou pela empresa, levando à desmotivação.

2. Ambiente de Trabalho Tóxico: Cultura organizacional negativa, marcada por fofocas, competitividade excessiva, falta de transparência ou bullying, afetando o bem-estar emocional dos colaboradores.

3. Ausência de Desafios e Crescimento Profissional: Falta de oportunidades de desenvolvimento de habilidades, desafios estimulantes ou perspectivas de crescimento na carreira.

4. Má Gestão ou Falta de Liderança: Liderança ineficaz, falta de comunicação, gestão autoritária ou ausência de suporte dos líderes aos colaboradores.

5. Carga de Trabalho Excessiva ou Desbalanceada: Expectativas irrealistas em relação ao volume de trabalho, falta de equilíbrio entre vida pessoal e profissional.

6. Clima Organizacional e Cultura de Trabalho Desfavoráveis: Divergência entre os valores pessoais e a cultura corporativa, falta de alinhamento com a missão e os objetivos da empresa.

7. Estresse e Pressão Constantes: Ambientes de trabalho estressantes devido a prazos apertados, falta de recursos adequados ou demandas constantes.

8. Falha na Comunicação e Feedback: Ausência de feedback construtivo, falta de transparência nas informações ou comunicação ineficaz dentro da equipe.

9. Desequilíbrio Entre Vida Profissional e Pessoal: Falta de flexibilidade no horário de trabalho, políticas inflexíveis de licenças e dificuldade em lidar com obrigações familiares ou pessoais.

10. Salários e Benefícios Insatisfatórios: Remuneração inadequada ou desequilíbrio entre o pacote de benefícios oferecido e as necessidades do colaborador.

O que é absenteísmo ?

Entendendo o Absenteísmo no Ambiente de Trabalho

O termo absenteísmo se refere à frequente ausência ou atrasos dos colaboradores no cumprimento de suas responsabilidades laborais. Este fenômeno engloba desde ausências justificadas por motivos de saúde até situações onde o colaborador se ausenta sem justificativa. Segundo Idalberto Chiavenato, renomado autor na área de Administração e Recursos Humanos, o absenteísmo é a soma dos períodos em que os funcionários se ausentam do trabalho, independentemente do motivo, excluindo-se as férias, um direito concedido aos empregados.

Os impactos do absenteísmo vão além da mera falta física ao local de trabalho. Esse fenômeno pode comprometer a dinâmica da empresa, influenciando diretamente na produtividade, cultura corporativa e resultados financeiros. Afeta também a moral e a coesão dos times, gerando um ambiente desmotivador para os colaboradores presentes. Financeiramente, as ausências constantes acarretam custos operacionais adicionais, como despesas com substituição temporária e redução da eficiência global.

O cálculo do índice de absenteísmo é feito pela relação entre o total de faltas e atrasos e a quantidade de dias ou horas trabalhadas pelos funcionários. Esse índice varia de acordo com o setor e o porte da empresa, sendo considerado aceitável até 4%. O absenteísmo pode ser classificado em justificado (quando há uma explicação para a ausência), injustificado (ausência sem justificativa) e presenteísmo (quando o funcionário está presente, mas não tem desempenho satisfatório).

Principais causas do absenteísmo

As causas do absenteísmo podem ser diversas, desde problemas de saúde até uma cultura organizacional inadequada. Vamos listar as principais delas:

1. Problemas de Saúde: Doenças físicas, como gripes, resfriados, problemas gastrointestinais, dores crônicas, além de questões de saúde mental, como estresse, ansiedade e depressão, podem levar à ausência no trabalho.

2. Condições de Trabalho: Ambientes de trabalho pouco saudáveis, excesso de carga horária, falta de suporte ou recursos adequados, falta de segurança e excesso de pressão podem contribuir para o absenteísmo.

3. Insatisfação e Desengajamento: Colaboradores desmotivados ou insatisfeitos com as tarefas atribuídas, falta de reconhecimento ou oportunidades de crescimento dentro da empresa podem resultar em faltas frequentes.

4. Conciliação Trabalho-Vida Pessoal: Dificuldades em conciliar as responsabilidades do trabalho com compromissos pessoais, como cuidar de filhos, familiares ou outras demandas pessoais.

5. Clima Organizacional e Relações Interpessoais: Ambientes de trabalho tóxicos, falta de apoio entre colegas ou com gestores, conflitos interpessoais e assédio podem levar os funcionários a se ausentarem.

6. Presenteísmo: O oposto do absenteísmo, onde os colaboradores estão fisicamente presentes, mas sua produtividade e desempenho são prejudicados por motivos de saúde ou emocionais.

7. Falta de Políticas de Saúde e Bem-Estar: Empresas que não oferecem programas de saúde mental, suporte emocional, flexibilidade de horários ou benefícios adequados podem ver taxas mais altas de absenteísmo.

8. Clima Econômico e Social: Eventos externos, como crises econômicas, desastres naturais, pandemias ou instabilidades políticas, podem influenciar na presença dos colaboradores no trabalho.

9. Problemas de Transporte ou Logística: Dificuldades de deslocamento para o trabalho devido a problemas de transporte público, trânsito intenso ou falta de acesso confiável ao local de trabalho.

Qual a relação entre Demissão Silenciosa e Absenteísmo

Identificar essas causas é fundamental para que as empresas adotem medidas preventivas e estratégias que promovam um ambiente de trabalho saudável, minimizando o absenteísmo e incentivando a presença constante e produtiva dos colaboradores.

A relação entre demissão silenciosa e absenteísmo revela uma interseção significativa entre esses dois problemas enfrentados no ambiente corporativo. Ambos compartilham pontos em comum que se entrelaçam na dinâmica dos colaboradores. A falta de engajamento emocional, desmotivação e desinteresse pelo trabalho são elementos presentes tanto na demissão silenciosa quanto no absenteísmo.

Esses problemas não atuam isoladamente; na verdade, há uma sinergia que pode agravar um ao outro. Quando um colaborador começa a se afastar emocionalmente do trabalho devido à demissão silenciosa, isso pode influenciar diretamente sua motivação para comparecer ao trabalho. Por outro lado, um absenteísmo constante e não justificado pode ser um sintoma de um colaborador desengajado, que busca se distanciar gradualmente das atividades laborais.

A presença desses dois problemas pode criar um ciclo prejudicial: a demissão silenciosa pode levar ao absenteísmo, já que o colaborador pode se sentir menos motivado a comparecer regularmente ao trabalho; ao mesmo tempo, um alto absenteísmo pode agravar a sensação de desconexão e desengajamento do colaborador, intensificando a demissão silenciosa.

Assim, compreender essa relação entre demissão silenciosa e absenteísmo é crucial para as estratégias de retenção de talentos e promoção de um ambiente de trabalho saudável, buscando abordagens que combatam esses problemas em conjunto, visando não só a presença física, mas também o engajamento emocional e motivacional dos colaboradores.

Benefícios: a melhor solução para a demissão silenciosa

beneficios corporativos

Você sabia que oferecer benefícios pode ser uma saída estratégica para evitar e reverter não só a demissão silenciosa, mas os altos índices de absenteísmo?

A pesquisa da Microsoft revela que, após a transição para o trabalho remoto e a preparação para o modelo híbrido, a saúde e o bem-estar emergem como prioridades-chave para profissionais brasileiros. 71% dos entrevistados no Brasil dão mais atenção a esses aspectos do que antes da pandemia. Além disso, 85% relatam estar tão ou mais produtivos em comparação com 2020.

Os benefícios desempenham um papel crucial na redução da demissão silenciosa e do absenteísmo, além de serem uma poderosa ferramenta de retenção e engajamento dos funcionários. O salário competitivo é bom, mas já não é mais o suficiente. Os benefícios oferecidos por uma empresa têm um impacto direto na satisfação e no comprometimento dos colaboradores. Eles não apenas incentivam a permanência, mas também promovem uma conexão emocional entre o funcionário e a organização.

Segundo o Panorama do Bem-estar Corporativo 2024 da Gympass, 93% dos profissionais consideram o bem estar tão importante quanto o salário.

Os benefícios corporativos desempenham um papel significativo na redução do movimento de demissão silenciosa, fortalecendo a ligação entre os colaboradores e a empresa.

 Aqui estão algumas maneiras detalhadas de como esses benefícios podem contribuir:

1. Saúde Mental e Bem-estar: Oferecer programas abrangentes de saúde mental, como terapia online, sessões de aconselhamento ou aplicativos de mindfulness, pode ajudar os funcionários a lidar com o estresse e a pressão do trabalho, reduzindo o esgotamento e melhorando o bem-estar mental.

2. Flexibilidade no Trabalho: Benefícios como horários flexíveis, trabalho remoto ocasional ou licença parental estendida demonstram apoio à qualidade de vida dos colaboradores, permitindo que eles equilibrem suas responsabilidades profissionais e pessoais.

3. Cuidados com a Saúde Física: Planos de saúde abrangentes, programas de ginástica no local de trabalho ou subsídios para academias incentivam a saúde física e demonstram preocupação com o bem-estar geral dos funcionários.

4. Desenvolvimento Profissional: Investir em programas de treinamento, subsídios para educação continuada ou mentorias internas mostra um compromisso com o crescimento profissional dos colaboradores, reduzindo a sensação de estagnação e aumentando a lealdade à empresa.

5. Benefícios Financeiros: Oferecer planos de aposentadoria, bônus de desempenho ou participação nos lucros cria um senso de estabilidade financeira, reduzindo preocupações relacionadas a questões monetárias e aumentando a satisfação no trabalho.

6. Cultura e Reconhecimento: Incentivar uma cultura de reconhecimento, seja por meio de elogios públicos, premiações ou programas de reconhecimento, reforça a valorização dos funcionários e fortalece o sentimento de pertencimento à empresa.

7. Equilíbrio Trabalho-Vida: Oferecer benefícios como dias de folga extras, licença parental remunerada ou dias de aniversário livres demonstra uma preocupação com o equilíbrio entre vida pessoal e profissional, reduzindo o estresse e aumentando a satisfação no trabalho.

Ao adotar esses benefícios e demonstrar um compromisso genuíno com o bem-estar e o desenvolvimento de seus funcionários, as empresas podem diminuir significativamente o movimento de demissão silenciosa e aumentar a retenção de talentos.

Os benefícios específicos desempenham um papel fundamental na redução desses problemas. Ao compreender as necessidades e prioridades dos funcionários, os benefícios podem ser adaptados para atender às demandas individuais e coletivas, tornando-se não apenas um diferencial competitivo, mas também uma ferramenta eficaz na retenção de talentos e na construção de um ambiente de trabalho saudável e engajador.

Estratégias para Prevenir a Demissão Silenciosa e Absenteísmo

“A natureza da relação de trabalho, que é uma relação como qualquer outra, é que existe um dar e um receber. Mas no momento em que um funcionário percebe que o chefe não se importa mais com ele como pessoa, ou não se importa com o que está fazendo, ele começa a pensar: “Por que eu deveria me importar?” Bill Schaninger, Palestrante internacional, colaborador da Forbes e consultor de executivos seniores.

O primeiro passo para pensar em estratégias para prevenir e reverter o movimento de demissão silenciosa é considerar a importância do papel dos gestores em toda cultura organizacional. Não adianta apontar a resistência dos colaboradores. É preciso entender que tudo começa na liderança!

Depois disso, é importante considerar algumas estratégias importantes:

1. Cuidados com o Capital Humano: Saúde Mental e Bem-Estar

Priorizar a saúde mental e o bem-estar no ambiente de trabalho é crucial para a produtividade e a harmonia da equipe. Incorporar pausas, respeitar folgas e promover atividades de relaxamento contribuem para um ambiente psicologicamente seguro.

2. Fortalecimento da Comunicação Interna

Relações de confiança e instrumentos de comunicação eficazes mantêm o clima organizacional positivo. Investir nessa área promove um ambiente mais inclusivo e seguro.

3. Desenvolvimento da Liderança

Líderes eficazes são fundamentais para reduzir a demissão silenciosa. O desenvolvimento das lideranças é uma responsabilidade do RH, abordando questões como comunicação não-violenta, feedbacks e gestão humanizada.

4. Equilíbrio entre Vida Pessoal e Profissional

Evitar extrapolar horários, promover pausas e incentivar um ambiente que valorize o equilíbrio entre vida pessoal e profissional é essencial para prevenir movimentos de demissão silenciosa.

5. Realização de Pesquisas Contínuas

A realização de pesquisas de pulso contínuas pelo RH permite detectar sinais de insatisfação e entender a percepção dos colaboradores sobre as políticas e rotinas da empresa.

6. Definir Expectativas Claras

Proporcionar feedback regular, reuniões de equipe e avaliações de desempenho ajuda os funcionários a acompanhar seu progresso e ajustar seu desempenho.

7. Considerar Remuneração Adequada

Garantir que os funcionários sejam remunerados adequadamente e reconhecer a ligação entre salário e satisfação no trabalho é essencial para evitar a demissão silenciosa.

Ao adotar essas estratégias, as empresas podem fortalecer o ambiente de trabalho e prevenir os desafios associados à demissão silenciosa e ao absenteísmo.

Conclusão

Ao observarmos os sinais da demissão silenciosa e do absenteísmo, fica evidente que a saúde do ambiente corporativo está intimamente ligada ao engajamento e bem-estar dos colaboradores. Identificar, compreender e agir diante desses indícios não é apenas uma questão de manter a produtividade, mas também de zelar pelo capital humano da empresa.

Se sua empresa enfrenta sinais desses desafios, é hora de agir. Invista na saúde mental, ofereça benefícios que vão além do salário e construa um ambiente que valorize o equilíbrio entre vida pessoal e profissional. Clique aqui para descobrir como criar estratégias eficazes que previnam a demissão silenciosa e o absenteísmo, fortalecendo sua equipe e impulsionando resultados. Lembre-se, um ambiente de trabalho saudável é o alicerce para o sucesso empresarial.